Me descobri fã da literatura indiana. Quem diria… Okay, sendo justa, me descobri fã de Todas as cores do céu, pelo menos.
Não estou fazendo merchan, até porque não possuo parcerias de nenhum tipo, mas é fato que, desde que fiz a assinatura da TAG (tanto Curadoria como Inéditos), meus horizontes literários ampliaram e ganhei asas. Quem diria que, um dia, eu teria livros da literatura coreana, indiana, japonesa e nigeriana na minha estante?! A TAG está me possibilitando novas alternativas, está abrindo minha mente para que eu encare e leia o novo. E isso está sendo incrivelmente enriquecedor.
Todas as cores do céu é um best-seller da autora indiana Amita Trasi e me encantou por seu enredo surpreendente, extremamente rico e polêmico.
O leitor se depara com a triste e cruel realidade das davadasis, uma casta de mulheres destinadas a servir a deusa Yellamma e a se prostituírem; o tráfico e venda de mulheres e meninas para a prostituição, terrivelmente comum na Índia, e o injusto sistema de castas indiano.
Aos 10 anos, Mukta foi forçada pela avó a seguir um ritual de sua casta que, essencialmente torna-a uma prostituta. Para salvá-la deste horrível destino, um homem a resgata e lhe dá um lar. Tara, filha deste homem, criou um laço muito forte e especial com a garota recém-chegada, um vínculo digno de irmãs. Porém, uma noite, Mukta foi sequestrada e jamais encontrada. Anos depois, após o suicídio do pai e vivendo nos Estados Unidos, Tara retorna à Índia para encontrar a amiga, que ao que tudo indica, foi submetida novamente à prostituição.
Nunca tive um contato significativo com a cultura indiana, o que imaginei que seria um empecilho para a leitura do livro. Porém Amita Trasi descreve muito bem as paisagens e questões sociais de seu país natal em seu livro, o que foi muito interessante porque esta é uma cultura bem distante da nossa.
Os capítulos narrados por Tara notavelmente possuem uma crítica social a falta de esforços políticos para acabar com a prostituição na Índia, responsável pelo tráfico e venda ilegal de garotas para cafetões. Mukta, por outro, sempre transmite esperança e positividade ao leitor, apesar da sua vida sofrida e carente.
Este é o tipo de livro que, além do enredo muito bem elaborado, só tem a agregar. Ele me abriu os olhos para um problema muito real e presente que muitos ignoram pela bolha segura em que vivemos.
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